segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Adaptação a TV da série ghostgirl!

Tonya Hurley prepara-se para lançar uma série de televisão inspirada nos livros da ghostgirl. Actualmente ainda se encontra em negociações com o canal norte-americano FOX, mas tudo indica que a adaptação está para breve.

Enquanto a série não chega, poderão ver alguns vídeos feitos por fãs e trailers internacionais dos livros. AQUI.


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

As personagens de ghostgirl



Como a romântica incurável do liceu Hawthorne, Charlotte Usher era gozada e ignorada pelos colegas. Esforçou-se de tal forma para se tentar integrar que acabou por engasgar-se com uma goma e morrer. Logo depois acordou no mundo dos espíritos, onde ainda teve de frequentar a escola, numa turma especial cheia de adolescentes mortos, todos eles com histórias típicas de adolescentes que os conduziram a um fim prematuro.
Agora, como ghostgirl, Charlotte recusa-se a deixar de lado os seus sonhos e o mundo onde viveu, e usa as suas novas capacidades sobrenaturais para ganhar popularidade e, o mais importante, para conquistar o coração de Damen. Invisível, tanto na vida como na morte, Charlotte encontra-se num mundo que não entende enquanto continua obcecada por um mundo de que já não faz parte.



A rapariga mais “cool” do liceu Hawthorne, Scarlet é a única pessoa viva que consegue ver Charlotte. É inteligente, esperta e independente, mas prefere estar sozinha do que andar com a irmã mais velha, Petula, e os seus amigos bajuladores, os “Wendys”. É a ovelha negra da escola e não faz definitivamente parte do “rebanho” de Hawthorne.



Todos o desejam, especialmente Charlotte. Ela acredita que se ele a conhecesse melhor, que ficaria perdidamente apaixonado por ela. É bonito, encantador e atlético. Não é muito de estudar, mas é o capitão da equipa de futebol e sabe secretamente mais sobre cordas de guitarra do que sobre a Teoria das Cordas. Juntamente com a sua vaidosa e traiçoeira namorada Petula, são eles que definem as regras: os rapazes querem ser como ele, e as raparigas querem ser como ela. Todas as raparigas, menos Scarlet.


A rapariga mais popular do liceu Hawthorne e chefe de claque, Petula Kensington passa o tempo a fazer marcas de cirurgias plásticas nos amigos, a admirar-se em frente a qualquer coisa espelhada e a arranjar novas formas de excluir as pessoas. Secretamente invejada por Charlotte e pelo resto das colegas, Petula não quer saber de ninguém a não ser de si própria. Petula e Damen estão juntos, apesar de não terem nada em comum a não ser um bilhete premiado na lotaria do ADN e porque, enfim, são populares e é mesmo assim que as coisas funcionam.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Elogios da crítica internacional

«Os fãs de Tim Burton e de Edgar Allan Poe vão ficar mortinhos por ler este fantasmagórico livro.»
School Library Journal

«Leitores com gosto por histórias satíricas, carregadas de humor negro, irão deliciar-se com os diálogos espirituosos de Tonya Hurley.»
VOYA

«As grandes batalhas de Harry Potter contra as forças do mal não são nada comparadas com as lutas de Charlotte com um inimigo ainda mais feroz - o liceu.»
Herald-Standard

Excerto do 1.º capítulo

«Charlotte Usher atravessou, determinada, o parque de estacionamento em direcção à porta principal do Liceu Hawthorne, repetindo o seu mantra positivo: «Este ano é diferente. Este é o meu ano.» Em vez de ficar eternamente gravada na mente dos colegas como a rapariga que se limitava a ocupar espaço, aquela que preenchia um lugar, que inspirava o precioso ar que bem podia ser usado para outros fins, este ano ia começar com o outro pé, um pé envolto no sapato mais sensual e desconfortável que o dinheiro podia comprar.
Desperdiçara o ano anterior a sentir-se uma enteada indesejada no corpo estudantil do Liceu Hawthorne e não lhe apetecia repetir a experiência. Este ano, o primeiro dia de aulas seria o primeiro dia da sua nova vida. Ao aproximar-se da escadaria principal, começou a ver, na entrada, os últimos flashes das máquinas fotográficas do pessoal que assegurava a execução do livro de curso, enquanto Petula Kensington e o seu grupo se pavoneavam pelo corredor fora. Eram sempre as últimas a chegar e, depois, como que sugavam toda a gente atrás de si numa espécie de maré ultrapopular. Com a sua entrada, começara oficialmente o ano lectivo. E Charlotte estava sozinha na rua, atrasada para o ritual. Era o costume. Até agora.
O contínuo que estava à entrada espreitou para fora e olhou em redor, para ver se vinha mais alguém. Não vinha. Bem, na verdade vinha, mas, como era habitual, nem reparou em Charlotte, que começou a ganhar velocidade enquanto ele ia fechando a enorme porta de metal. A ela, parecia-lhe a porta de uma caixa-forte. No entanto, destemida desta vez, Charlotte chegou à entrada e deparou-se apenas com espaço suficiente para, bem espremida, introduzir o sapato novo, impedindo a porta de se fechar.
– Desculpa, não te vi – murmurou o contínuo com indiferença.
Não fora vista, como era de esperar, mas conseguira um certo reconhecimento e um pedido de desculpas. O seu Plano de Popularidade – uma lista de afazeres que ela elaborara meticulosamente na esperança de arrebatar Damen Dylan, o objecto do seu desejo – devia estar a funcionar.
À semelhança de muitos colegas, Charlotte passara o Verão inteiro a trabalhar, mas, ao contrário da maioria, por conta própria, na área do restauro, por assim dizer. Examinara com toda a minúcia o livro de curso do ano anterior como se a sua vida dependesse dele.
Estudara Petula, a rapariga mais popular da escola, e as suas duas amiguinhas lambe-botas, as Wendys – Wendy Anderson e Wendy Thomas –, tal como algumas fãs estudam a celebridade que adoram. Ela queria que o resultado fosse perfeito. Tal como elas.
Aproximou-se, confiante, do primeiro destino na sua ordem de trabalhos: o registo nas audições para cheerleader. Cheerleader – a irmandade mais prezada e exclusiva, e o seu Bilhete Dourado não apenas para ser vista, como também para ser invejada. Charlotte pegou na velha caneta que balouçava do bloco de mola, presa por uma corda esfiapada que, por sua vez, estava segura por fita-cola, e começou a escrever o seu nome no primeiro espaço em branco.
Começava ela a traçar o C, quando lhe bateram bruscamente no ombro. Charlotte parou o que estava a fazer e virou-se para ver quem lhe interrompia a primeira tarefa do dia – não, da sua nova vida – e foi então que viu uma fila de raparigas que tinham «acampado» a noite inteira para se inscreverem. Aquele agrupamento lembrava mais uma audição do que uma inscrição.
A detestável candidata mirou-a de cima a baixo, agarrou na caneta e escreveu o seu nome ao mesmo tempo que riscava o de Charlotte. Depois, abriu a mão e deixou que a caneta caísse, impotente, e ficasse a balançar na corda.
Charlotte ficou a ver a caneta chocar contra a parede como um enforcado.
Ouviu o grupo de aspirantes a cheerleaders a soltar risadinhas nas suas costas quando se foi embora. Não era a primeira vez que Charlotte era vítima daquele tipo de crueldade – frente a frente e nas suas costas – e sempre tentara não se preocupar com aquilo que as outras pessoas pensavam ou diziam dela. Porém, aquele processo de transição em que se encontrava ainda não lhe dera calo suficiente para contrariar uma humilhação total. Charlotte tentou não pensar mais no assunto, recusando-se a perder a paciência e a dignidade. Consultou o seu plano e murmurou «Lista de Cacifos» ao mesmo tempo que riscava essas palavras da lista e se dirigia, apressada, ao destino seguinte.
Enquanto caminhava, o itinerário daquele Verão passava-lhe velozmente pela mente. Para ser sincera, tinha de admitir que se dera a um esforço ridículo para conseguir as atenções dele. Alguns diriam excessivo. Não passara por nenhuma cirurgia, nada de tão radical, mas o cabelo, a dieta, o guarda-roupa, os preparativos e o estilo tinham-lhe tomado as férias por completo. Afinal, apostara em si própria e, ao fim e ao cabo, o que poderia haver de mal numa dose maciça de melhoria da sua pessoa?
Claro que ela sabia tratar-se sobretudo… está bem, completamente, de coisas superficiais, mas e então? Se a sua vida até àquele momento servisse de indicador de alguma coisa, todos aqueles sermões acerca da «beleza interior» não passavam de uma grande treta. A «beleza interior» não faz com que uma pessoa seja convidada para as melhores festas, com as pessoas mais fixes. Certamente não faz com que se seja convidada para o Baile de Outono, como par de Damen Dylan.
A questão era que Damen era uma prioridade, e as datas-limite, como o baile, motivavam Charlotte. A vida consistia numa série de escolhas, e ela fizera a sua.
Conseguia justificar aquele seu desvio pelo caminho da superficialidade como tratando-se de um passo estratégico. A seu ver, só havia duas maneiras de se chegar até junto de Damen. Uma delas era através de Petula e do seu bando. Contudo, dada a reputação de Charlotte, ou a falta dela, não havia boas hipóteses de o conseguir. Aquelas miúdas tinham sido sempre populares. Haveriam sempre de o ser. Na verdade, toda a essência da popularidade residia no facto de ser inalcançável. Não era uma coisa para a qual se trabalhasse, ou que fosse conquistada. Era conferida – por quem ou porquê, pensou Charlotte, continuava a ser um mistério.
No entanto – e era aqui que o plano de acção de Charlotte se tornava mais subtil –, se ela conseguisse parecer-se com Petula e com as Wendys, agir como elas, pensar como elas, «encaixar-se» no grupo de pessoas com quem Damen se dava, podia ser que tivesse uma hipótese com ele. O «parecer» tem muito que se lhe diga e ela estava convencida de que, pelo menos nessa parte, fora bem-sucedida.
Isto levou-a até à outra maneira de se aproximar de Damen. A melhor opção. Aquela que ela preferia: passar completamente por cima das raparigas e ir directamente para junto de Damen. Tratava-se de uma jogada arriscada, sem dúvida, uma vez que ela não tinha lá muito o estilo de namoradeira. A maquilhagem era o primeiro passo necessário, mas a fase seguinte seria a do vai ou racha. Inscrevera-se em disciplinas que sabia que ele ia escolher e planeava andar por perto do cacifo dele, que se preparava agora para localizar.
Tal como toda a gente, Damen nunca reparara em Charlotte e era improvável que um pouco de maquilhagem e um penteado de cabeleireiro alterassem esse facto. Ainda assim, Charlotte tinha esperança. Esperava que, se passasse algum tempo de qualidade com ele, especialmente agora que melhorara o seu aspecto, as coisas pudessem dar certo.
Não se tratava meramente de um desejo fantasioso, mas de uma conclusão que ela retirara de uma observação intensiva de Damen. Nas centenas de retratos que secretamente lhe tirara ao longo dos anos, Charlotte acreditava ter detectado nele uma certa… bem, uma certa decência. Percebia-se nos seus olhos, no seu sorriso.
Damen era lindo e atlético, e comportava-se exactamente como seria de esperar de um rapaz desse tipo – com uma atitude de superioridade –, mas fazia-o de uma forma agradável. Não era de estranhar que a decência fosse a qualidade que Petula menos apreciava nele. Talvez por ser aquela de que ela e as amigas mais careciam.
Com o riso das candidatas a cheerleaders ainda ecoando nos seus ouvidos, Charlotte bem precisava de um pouco de sorte ao aproximar-se do ginásio. As listas dos cacifos estavam afixadas nas portas duplas e Charlotte pôs-se na fila para as consultar. Percorreu a coluna de alunos por ordem alfabética com o dedo, na página P-Z, e olhou para os números dos cacifos enquanto procurava o seu.
Todos os nomes eram familiares; eram miúdos com os quais tinha crescido, que conhecia desde a pré-primária, da primária ou do liceu. Os seus rostos surgiam-lhe na mente como numa sessão de slides. E foi então que deparou com o nome dela:

USHER, CHARLES – Cacifo 7

– O sete é um número da sorte! – exclamou, tomando-o como um bom auspício. – Na verdade, é um número bíblico.
Procurou na mochila e retirou de lá um lápis, que tornou a atirar lá para dentro, e depois agarrou numa caneta. Mudou para sempre o seu nome de «Charles» para «Charlotte». Queria que tudo corresse bem, especialmente hoje.
Uma nova pesquisa com o dedo pela lista abaixo revelou que o cacifo de Damen ficava do outro lado do edifício. Dirigiu-se ao seu próprio cacifo, dizendo para si própria palavras de ânimo.
«Não é nada de especial», assegurou a si mesma enquanto experimentava por diversas vezes a combinação do cacifo, abrindo e fechando a porta, antes de ir à procura do de Damen.
Continuou a andar e a falar consigo, gesticulando como uma actriz a ensaiar um monólogo, até que começou a sentir-se sufocar.
Estava tão embrenhada nos seus pensamentos que chegara à passagem aérea que ligava os edifícios, a qual estava repleta de fumadores que davam as últimas passas antes das aulas. A exalação sincronizada de monóxido de carbono produzia um nevoeiro denso e acre, mas já era tarde demais para suster a respiração, por isso acelerou o passo. As conversas iam terminando, uma a uma, à medida que ela avançava. As beatas acesas eram mergulhadas em copos de plástico com café no fundo ou esmagadas no cimento, e os fios ondulantes de fumo escapavam para o céu a toda a volta.
Quando saiu daquela névoa e se aproximou das portas ao fundo da passagem, Charlotte viu um grupo de miúdos reunidos junto à saída, como caçadores de autógrafos à porta de um espectáculo esgotado.
– Damen! – arquejou com veneração.
Por sobre a multidão, a única coisa que ela via era o seu cabelo espesso e belo, mas não precisava de mais. Sabia que era o cabelo dele. Sem fixador, nem cera, nem gel, óleo, espuma ou qualquer insinuação de metrossexualidade de espécie alguma; apenas uma cabeça linda de cabelos ondulados. Charlotte ficou de olhos postos no prémio ao mesmo tempo que desatou numa correria estranhamente desesperada, que lembrava a que tivera de fazer até à paragem do autocarro naquela manhã, e dirigiu-se, ofegante, para o cacifo ao lado do dele. Chegou mesmo antes de Damen e da sua multidão adoradora, que se afastara para o deixar passar.
Fazia algum tempo que não se encontrava assim tão perto dele fisicamente, o que a afectou mais do que imaginara. Vira-o, ou, pelo menos, fotografias dele, durante todo o Verão, mas agora era a sério.
Estava ofuscada. Quando ele se aproximou, a multidão convergiu. Quanto mais ele avançava, menos ela o via. Charlotte mergulhou no bulício de actividade que o circundava, tentando aproximar-se ainda mais; porém, sempre que o fazia, afundava-se no turbilhão. Naquele seu primeiro dia, Charlotte deu por si numa posição que lhe era tão familiar: de fora, a olhar para o interior.»

Elogios a "ghostgirl"

«[...]Com este livro a autora Tonya Hurley, mostra o quanto podemos ignorar e ser ignorados. E o quanto estamos desesperados por mudar essa situação.
O próprio livro tem uma apresentação única.
Pode dizer-se que é um livro juvenil, mas acho que pode ser lido por qualquer faixa etária,
adequando-se a cada um de nós.
Divertido... e fico à espera do segundo volume, porque promete.»
Sónia Areia, no blog Segredo dos Livros

«Este é um livro muito agradável aos olhos. Está muito bem organizado, com reflexões e citações no início de capítulo e a capa e páginas estão belissimamente decoradas. Em relação à estória, é muito original, direccionada para o público adolescente, mas que todos podem apreciar. Eu gostei muito. Fartei-me de sorrir e rir com algumas situações caricatas e fiquei abismada com a imaginação da autora. [...]»
Joana Caires, no blogue Segredo dos Livros

«Ghostgirl – A Rapariga Invisível é uma boa aposta da Contraponto e prova porque é que o livro esteve na lista dos mais vendidos do New York Times. Sem grandes pretensiosíssimos, a história (da morte) de Charlotte Usher cumpre a sua função e cativa o seu público-alvo sem problemas, embora também possa agradar a um público mais velho. Original, inteligente e terrivelmente divertido, Ghostgirl é um título obrigatório para quem gosta deste género de literatura.»
Fábio Ventura, no blogue Bela Lugosi Is Dead